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Manifesto

        Dirigimo-nos à categoria odontológica gaúcha para anunciar a constituição do Instituto Flávio Luce, ocorrida durante o 22º Congresso Odontológico Sul Riograndense- CORIG- dia 28 de junho de 2018- Porto Alegre-RS.

      Cabe, pois, nesta oportunidade, antes de tudo, responder a indagação: o que é o Instituto? Para a seguir expressar as razões e propósitos que fundamentaram sua criação, ao tempo em que convidamos à sua participação.

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O que é o Instituto

 

         O Instituto, que ora se apresenta no cenário da odontologia gaúcha, se constitui em mais uma ferramenta voltada para a qualificação da formação teórica dos que se dedicam ao campo da saúde bucal coletiva, de modo a incentivar o debate e a formulação com vistas a fundamentar a participação e o protagonismo sócio-político dos sujeitos que atuam nos diversos setores que conformam a existência e o funcionamento de nossa categoria profissional. Espaços esses comprometidos com a formação profissional, com a prestação de serviços e com o auto-governo e controle interno de nossa profissão, no que respeita ao compromisso primário da Odontologia – qual seja, o de prover saúde bucal como um direito de todos sob responsabilidade do Estado, como define nossa Constituição Federal.

 

A Que Se Propõe

 

        Nessa perspectiva o Instituto trabalhará para organizar e fundamentar um movimento radicalmente comprometido com a intervenção voltada para incentivar, nesses setores, uma permanente e efetiva reflexão sobre como suas formas de atuação vem contribuindo para o cumprimento dessa responsabilidade, que expressa a referência fundamental para o existir da Odontologia.

Porquê do Instituto

        Embasa-se esse propósito na compreensão de que não há de ser a resposta individual de cada uma dessas instâncias organizativa de nossa categoria que poderá oferecer repostas aos desafios que a atual realidade de nossa sociedade impõem a esse compromisso.

            Também, não há mais tempo a perder pela esperança em ações e atitudes salvadoras individualizadas, de quem quer que seja, ou se acha no direito de exercê-las, às vezes indevidamente, em nome de toda a nossa  categoria profissional.

            O momento é de reafirmar que a realidade que queremos construir só poderá ser conquistada por um processo de participação consciente de toda a categoria, em cada espaço de nossas representações, expressando uma vontade democrática e soberanamente construída.

            Sem que isso aconteça permaneceremos fragmentados, todos como meros assistentes do acontecer. É preciso compreender que a realidade que queremos ver construída não pode ser alcançada pelo silêncio da omissão, pois, quando tal acontece vive-se a realidade formatada pelos  que detém o poder, segundo o que melhor lhes convém.

      É preciso, pois, que a organização de nosso campo de trabalho se construa pela vontade consciente e democraticamente estabelecida pela base da categoria  e pela sua ação expressa em todos os espaços de seu próprio constituir.

 

Mais Perguntas, Mais Justificativas

 

            Evidentemente que, em se tratando de uma construção, que se balize nesses princípios, de compromisso e responsabilidade, perguntas se formulem e respostas devam ser dadas, claramente, em seus propósitos, sem tergiversações.

             Mas, independentemente de possíveis incompreensões que, eventualmente, possam ser levantadas, é inegável que, por mais que esforços já venham sendo feitos, o momento que enfrenta a sociedade brasileira, com evidentes retrocessos às conquistas duramente alcançadas, incluindo as que se expressam no campo da saúde, está a exigir muito mais de todos nós, em unidade, até onde isso se torna possível.

            Assim, é preciso perguntar e se responder onde erramos para que tudo isso que vem acontecendo tenha nos levado ao ponto em que chegamos? Andamos omissos? Poderíamos ter feito mais ou de forma diferente? Temos forças necessárias para isoladamente responder e reverter os recuos e perdas que vem se acumulando? Temos disposição de, superando eventuais diferenças, solidificar frentes de trabalho em relação a objetivos comuns? Podemos dispensar apoio e colaborações para fazer o enfrentamento necessário à reversão desse processo de desconstrução de direitos e avanços?

             

A Necessidade de Formação Teórica

 

            Afora isso, é essencial para nosso crescimento e fortalecimento, que para além de evoluir em nossa qualificação técnica, nos ocupemos, também de nossa formação sócio política, pois é no espaço da dinâmica social, no jogo e na disputa de poder, que nosso protagonismo para a definição dos rumos de nossa sociedade e do setor saúde se torna essencial.

            Entendemos, de outra parte, que a conjuntura atual sob a égide do capital e de suas repetidas crises estruturais, impõe desafios gigantescos que superam o potencial de resistência de uma específica categoria profissional, por mais articulada que seja. Daí que a perspectiva de unidade na luta, com movimentos sociais e outros setores da classe trabalhadora, também devem nortear nossa ação política, fortalecendo a defesa de uma sociedade de igualdade, de justiça e eqüidade, em que se consiga respeito à Constituição e a garantia das reais condições de cidadania, em que educação e saúde sejam efetivamente tratadas como responsabilidade do Estado, e não se transforme em mercadorias a serviço do dos interesses privados do mundo do capital.

             È a esse necessário processo de reflexão que se propõem o Instituto balizado e ancorado nos princípios da democracia, da autonomia e da  organização pela base.

 

O Convite

 

            Assim, todos aqueles que compartilham dessa leitura e desses princípios estão convidados a serrar fileiras na construção desse novo instrumento de organização, espaço que se quer democrático autônomo e de luta, que resgata o protagonismo coletivo por um novo projeto societário comprometido com a vida, com a qualidade de vida, com a saúde e por evidente, com a sua vertente de saúde bucal.

 

                                                                                   Porto Alegre, em junho de 2018.

                                                                                   Coordenação do Instituto Flavio Luce

Agenda de Trabalho

 

            Neste momento inicial, nossa agenda de trabalho estará voltada para as tarefas organizativas, visando impulsionar nossa apresentação no cenário interno a nosso campo profissional. Neste sentido estaremos dando divulgação sobre a constituição do Instituto, nos ocuparmos ao estreitamento das relações com as demais entidades de representação de nossa categoria e, fundamentalmente, procuraremos estreitar contato com colegas que, no espaço de nosso Estado, se manifestem e se apresentem disponíveis a trabalhar com vistas a vencer a inércia que enfrentam sempre as novas iniciativas no campo da organização social.

            Com tais propósitos, estaremos, também, colocando os membros do Núcleo de Coordenação disponíveis para deslocamentos a localidades que demandarem apoio a organização de Núcleos Locais.

            Nesse ínterim estaremos trabalhando no sentido de oferecer a consideração dos colegas uma plataforma de realizações e atividades que melhor respondam a abordagem de temas e questões relacionadas à consecução dos objetivos eu nos levaram à constituição do Instituto.

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