No dia 18 de setembro, às 18h, acontecerá na FSP/USP o lançamento do livro Bases Teóricas dos Processos de Medicalização: um olhar sobre as forças motrizes, da HUCITEC Editora, de autoria de Marcia Michie Minakawa e Paulo Frazão, docente da FSP/USP.
O evento de lançamento também contará com roda de conversa com os autores e será realizado no Auditório Paula Souza da FSP/USP.
A obra prefaciada por Gastão Wagner de Sousa Campos, professor titular de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP, está dividida em oito capítulos e traz o resultado de um movimento reflexivo e crítico que buscou desvelar a complexidade e os principais interesses que atravessam as forças motrizes dos processos de medicalização e desmedicalização no âmbito da sociedade, e as consequências e implicações para o século XXI.
Muito se fala sobre a transformação das questões morais e dos problemas sociais em “transtornos” e “patologias” de responsabilidade individual, entretanto falta ao leitor, uma bússola que possa identificar os motores do processo de medicalização e desmedicalização, e as implicações para as decisões em disputa nas sociedades contemporâneas. No decorrer dos anos, o termo foi sendo apropriado por várias áreas e disciplinas da saúde e da educação, entre outras, de forma abrangente e imprecisa, tornando necessária a retomada da discussão conceitual de suas bases teóricas.
Este livro deslinda o processo de medicalização que emerge como objeto de estudo no campo da Sociologia da Saúde, a partir da década de 1970, e se desdobra nas vozes de Irving Zola, Ivan Illich, Peter Conrad e Michel Foucault; principais teóricos da crescente influência da medicina em territórios que até então não lhe pertenciam.
Aqueles que buscam um mapeamento rigoroso das diferentes perspectivas e fundamentos que dão sustentação aos processos de medicalização, vão encontrar nesta publicação um guia que permite discernir as principais forças motrizes e coteja-las com as mudanças na contemporaneidade.
Indicada a todos que se interessam pelo avanço da ordem econômica capitalista sobre as outras esferas como o Estado e a comunidade, esta obra argumenta que qualquer perspectiva desmedicalizante de longo alcance dependeria ao menos do modelo que orienta a resposta às necessidades de saúde e da força da democracia, não apenas enquanto categoria política, mas sobretudo como categoria econômica capaz de alterar os efeitos do capitalismo nas relações Estado-sociedade.
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