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Foto do escritorINSTITUTO FLÁVIO LUCE

NOTA DE ENTIDADES DE SAÚDE COLETIVA SOBRE PRONUNCIAMENTO DO PRESIDENTE BOLSONARO

Atualizado: 5 de jun. de 2020

As entidades de saúde coletiva e da bioética consideram intolerável e irresponsável o “discurso da morte” feito pelo Presidente da República, na noite de 24 de março, em cadeia nacional de rádio e TV.

Nessa manifestação, incoerente e criminosa, o Sr. Jair Bolsonaro, no momento ocupante do principal cargo do Executivo Federal, nega o conjunto de evidências científicas que vem pautando o combate à pandemia da COVID-19 em todo o mundo, desvalorizando o trabalho sério e dedicado de toda uma rede nacional e mundial de cientistas e desenvolvedores de tecnologias em saúde.

Nesse ato, desrespeita o excelente trabalho da imprensa e de numerosas redes de difusão de conhecimento, essenciais para o esclarecimento geral sobre a COVID-19, e desmobiliza a população a dar seguimento às medidas fundamentais de contenção para evitar mortes, medidas estas cruciais encaminhadas com muito esforço pelas autoridades municipais e estaduais, implementadas por técnicos e profissionais do SUS, os quais vêm expondo suas vidas para salvar pessoas. Além disso, Bolsonaro comete o crime de “infração de medida sanitária preventiva”, a ser enquadrado no Art. 268 do Código Penal Brasileiro, ao desrespeitar “determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa”.

Nossas entidades, representativas da comunidade brasileira de sanitaristas, epidemiologistas, planejadores e gestores de saúde, cientistas sociais e outros profissionais da área de saúde pública, vêm a público denunciar os efeitos nocivos das posições do presidente da República sobre a grave situação epidemiológica que estamos vivendo. Seu pronunciamento perverso pode resultar em mais sofrimento e mortes na já tão sofrida população brasileira, particularmente entre os segmentos vulnerabilizados em nosso país.

As instituições da República precisam reagir e parar a irresponsabilidade do ocupante da cadeira de presidente antes que o caos se torne irreversível.

Assinam esta nota as seguintes entidades:

Associação Brasileira de Saúde Coletiva – ABRASCO

Centro Brasileiro de Estudos da Saúde – Cebes

Associação Brasileira de Economia da Saúde – ABrES

Associação Brasileira da Rede Unida

Associação Brasileira de Enfermagem – ABEn

Associação Paulista de Saúde Pública – APSP

Sociedade Brasileira de Bioética – SBB

Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares – RNMMP

Associação Brasileira de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora – ABRASTT

Frente Ampla em Defesa da Saúde dos Trabalhadores

Associação Brasileira dos Terapeutas Ocupacionais – ABRATO

Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social – CNTSS

Federação Nacional dos Psicólogos – FENAPSI

Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde – CNTS

Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro – SinMed-RJ

Movimento Nenhum Serviço de Saúde a Menos

Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia – ABMMD

Associação Brasileira de Nutrição – Asbran

Federação Nacional dos Farmacêuticos – FENAFAR

Associação Brasileira de Educação Médica – ABEM

Conselho Federal de Nutrição - CFN

Conselho Federal de Serviço Social - CFSS

Federação Nacional dos Enfermeiros- FNE

Associação Brasileira de Ensino em Fisioterapia - Abenfisio

Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnicos-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil - Fasubra



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