POR: FERNANDO MOLINOS PIRES FILHO
Como bem sabemos a pandemia que ainda se desdobra no mundo em todas as suas consequências e medidas, que a ciência nos indicou necessárias para combatê-la, alterou profundamente nosso tradicional modo de vida.
A chamada “normalidade” que conduzia nossos comportamento e meios de tocar a dinâmica da vida alterou-se profundamente em vários aspectos, impondo o que passou a ser designado como o “novo normal”.
Esquecemo-nos, entretanto de dizer, exatamente como é ele, em seus desdobramentos de nosso cotidiano. Como “baratas” andamos correndo, apressadamente de um lado para o outro. Buscando nos adaptar. Tontos, nossas certezas e costumeiros comportamentos, nesse cenário de coisas “inadequadas”, colocaram–nos desafios de construir novos caminhos, utilizar e rapidamente acomodar e lançar mão de possibilidades que ainda não perfeitamente amadurecidas, de alguma maneira vinham sendo e ganhando aperfeiçoamentos, no longo processo de evolução da humanidade, sempre lento e atento a não causar “choques” e “embates” que “agitam” a chamada “ordem” das coisas.
Isso tudo relacionado até mesmo as coisas consideradas mais simples, como, em nosso caso, a decisão para mudar a data de realização de um evento. Particularmente, nos referimos as decisões para definir as datas para realização de um Evento nacional (ENATESPO) e seus correspondentes regionais (como o EGATESPO no RS).
Todos lembram, foi um difícil processo argumentativo de “ escolhas, marcações e desmarcações” até suas respectivas decisões. Mas vem logo a epidemia e suas impossibilidades o que levou a outro processo de adiamentos e transferências, até que novas decisões foram tomadas: Os Eventos se realizarão em 2021 em datas a serem definidas oportunamente!
Por um momento tranquilidade. Mas logo o efeito tranquilizador da decisão arrefeceu e “o não podemos ficar parados” se tornou a nova exigência: fazer algo se tornou imperioso e é o que vivemos nesse momento.
Aqui no RS tomamos um caminho “enquanto durar o quadro de impossibilidade vamos trabalhar no sentido de dar continuidade a organização e divulgação do Evento que será realizado em 2021 em data a ser oportunamente definida”.
Via rede social criamos um Grupo no Whats e um Grupo no facebook, tentando ampliar e tornar ainda mais participativo o trabalho que vinha sendo feito em reuniões presenciais, cujos relatórios publicamos no Blog do site Flavio Luce (www.intitutoflavioluce.odo.br). Mediante um esquema de postagens sequenciais - (Respondendo a Perguntas) - esclarecemos sobre o que consideramos relevante para caracterizar, definir o propósito e as atividades que compõem a grade da programação, esclarecendo para outros aspectos inclusive os temas a serem nele abordados e discutidos, incluindo aí três reuniões paralelas de organização da militância entre docentes, estudantes e pessoal auxiliar e técnico da área de SBC.
Na sequência avançamos nesse grupo com outro tipo de postagens (Apontando Desafios), que apresentam questões pendentes de preparação do Evento, ainda em curso e que demandarão a distribuição de responsabilidades para darmos conta delas. Entre as quais a elaboração de textos bases para orientar as análises e debates pelos grupos de discussão.
É bem possível que em outras Regiões isso ou coisas parecidas venham acontecendo, mas como vem ocorrendo em outros tipos e ramos de atividade a necessidade de trocas e medidas para compensar o “isolamento social” determinou a verdadeira explosão de uso da internete, sob diferentes formas, para romper o silêncio da ausência de falas e conversações. Um fenômeno que passa a ser analisado em suas possibilidades, efetividades, conveniências e capacidade efetiva de alcançar resultados semelhantes aos obtidos nas reuniões e encontros presenciais. Questão que está a merecer um processo de análise mais apurada!
Muitas mais são as questões que se levantam para adoção desses novos recursos tecnológicos entre os quais a posse ou acesso de equipamentos entre os indivíduos, a capacidade de absorção para utilização na discussão de assuntos que exige atenção e interatividade, o ambiente para acompanhamento integral das sessões, evitando interferências ruídos e quedas de energia e sinal. Mas sobretudo a ausência do contato humanizado que proporciona a troca de todos os mecanismos de afetos, criação de empatia, e conhecimento e reconhecimento pessoal, carências que empobrecem os elementos necessários a solidificação de companheirismo, condição essencial na construção do tão necessário protagonismo sócio político, que buscamos construir. Existe uma linguagem não verbal que nos espaços virtuais não se fazem ouvir como a que nos proporcionam os encontros presenciais! Nessa perspectiva nosso entendimento é de que precisamos preservar a natureza presencial dos encontros a realizarem-se em 2021!
Esclarecendo, entretanto que isso não significa o descarte da utilização dessas estratégias de comunicação, desde que apresentadas como formas de atividades preparatórias e mobilizadoras para os Eventos presenciais e não como formas substitutivas a elas.
Nessa perspectiva consideramos necessário mais três observações:
A primeira, refere-se a forma de titulá-las de maneira que não empobreçam ou “esvaziem” o entendimento da realização futura dos Eventos presenciais, em toda sua tradição e incomparável poder aglutinador.
A segunda, é que o “povo” não tem mais agenda para a super safra de convites para atividades virtuais.
A terceira, é a de que é necessário “dosar” o tempo de duração dessas atividades, uma vez que ninguem consegue manter o mesmo nível de atenção em tempos prolongados. Além do que, haja coordenadores para conduzir um processo de atenção as solicitações e organização nos espaços de discussão, sem falar na capacidade dos expositores para, em tempo resíduos, apresentar suas ideias de forma articulada e suficiente clara aos participantes. Isto sem falar nas dificuldades para consolidação de discussões em grupos que se criam para cobrir os temas postos na grades desses eventos virtuais.
Mas, o que fazer?
Vamos tentando fazer o que nos parece possível!
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